Vila de Jericoacoara Photo: Susy Wilkinson |
Jeri é uma vila de pescadores, sem asfalto; por toda a vila, se não tem vegetação, tem areia de praia, pois a pavimentação é proibida por ter sido declarada Área de Proteção Ambiental. O acesso é limitado, e cada turista tem que pagar R$5,00 por cada dia de permanência na vila (taxa de preservação ambiental). Alguns pontos da vila não possuem iluminação elétrica, o que contribui com o clima proposto. Mas é o melhor lugar para se hospedar, pois de lá você terá opções para os passeios mais famosos.
Na mala, leve roupas leves, e se estiver pensando em ficar na Vila, não precisa colocar sapatos, pois você não irá usá-los. Foque nas saídas de praia, cangas, vestidinhos leves, bermudas, camisetas, chinelos, chapéus, protetor solar e repelente. O ideal é levar também uma boa quantia em espécie pois não são todos os estabelecimentos que aceitam cartão, e alguns cobram menos para pagamento feito em espécie.
A noite é agitada, existem muitos bares e restaurantes (que não são tão baratos) com música ao vivo e forró arrasta pé. As duas ruas mais badaladas são a Rua Principal e a Rua do Forró. Os melhores restaurantes estão listados no TripAdvisor.
Para ir de Fortaleza a Jeri, você pode pegar um ônibus e depois a jardineira, ou fretar um carro. O melhor acesso é pela praia do Preá. O frete de um carro exclusivo gira em torno de R$600,00, R$700,00, mas você pode fazer o frete compartilhado, que sai entre R$300,00 e R$350,00 o casal. Na volta, você pode buscar pela Vila, mas dificilmente vai encontrar algo mais barato.
São aproximadamente 4 horas de carro, dependendo do motorista você tem mais de uma parada pra ir ao banheiro, esticar as pernas ou comer alguma coisa. A estrada não é tão ruim, pra quem a conhece, mas é bom fretar um carro fechado, pois quase sempre chove no caminho. Quando chega a parte de areia, os motoristas param pra calibrar os pneus, e ai começa a aventura...
Mas, o que fazer em Jijoca de Jericoacoara?
PEDRA FURADA:
Photo: Susy Wilkinson |
A Pedra Furada é uma das paisagens mais famosas de Jeri, tipo "foto turística". Você pode pagar alguém pra te levar e te buscar, ou ir andando. Dependendo de onde você estiver hospedado, não vale a pena pagar, pois existe uma parte do caminho onde o acesso só é possível a pé.
Alguns passeios de buggy incluem a Pedra, mas eles deixam cerca de 30 minutos de caminhada até ela. Outra opção são as charretes, mas a decida fica por conta das suas pernas. Eu não recomendo a caminhada, nem a descida para idosos e crianças de colo.
Existe um horário em que pessoas se reúnem no Centro para fazer a caminhada até a pedra, se você é do tipo que tem medo de se perder ou prefere companhia, caso algo dê errado, vale a pena esperar.
Agora, se você é aventureiro, com bom condicionamento físico, vale a pena sair cedo (por causa do sol) e fazer a trilha pelo Morro do Serrote, e claro, não pode ter medo de vacas e jegues, pois irá se deparar com vários pelo caminho. A caminhada leva em média 30 minutos pra chegar na Pedra.
Na volta opte pelo caminho pelas praias, pois as paisagens são belíssimas, mas cuidado com a maré, pois se subir, você pode ficar preso. Também é um caminho com muitas pedras, mas é melhor enfrentar esse caminho do que subir da pedra até o morro.
Leve o menor número de coisas possível, pois a caminhada é longa, no sol direto, e o peso pode te prejudicar. Não esqueça o protetor solar e o celular pra tirar fotos. Na Pedra Furada você vai encontrar ambulantes vendendo água de coco e água mineral, e também uma fila enorme pra tirar foto, sem contar com as pessoas que gostam de furar filas e os famosos "Roberts" (pessoas sem noção que aparecem nas fotos de outras pessoas).
Na volta pela praia também se encontra ambulantes vendendo até cerveja, mas não são muitos, cuidado para não ficar desidratado!
Depois de tirar a tão famosa foto na Pedra Furada, siga o caminho de volta, pois a praia não vale tanto a pena.
Início da caminhada pelo Morro do Serrote Photo: Susy Wilkinson |
Parte do caminho de volta pelas praias Photo: Susy Wilkinson |
DUNA DO PÔR DO SOL:
Não é um pôr do sol como o de Oia (em Santorini - Grécia), mas é privilegiado, devido a localização da Duna, o sol vai desaparecendo, como se estivesse mergulhando no mar.
O local fica cheio de turistas, então, é melhor ir cedo pra pegar um bom lugar. Venta bastante lá em cima, pode ser que você volte "arenoso", mas, se você estiver em Jeri, não deixe de assistir ao pôr do sol na Duna do pôr do sol, você não irá se arrepender.
Pôr do sol visto da Duna Photo: Susy Wilkinson |
Desça antes de escurecer totalmente, porque não tem iluminação elétrica no caminho de volta, e também porque você pode se deparar com essa linda paisagem.
Paisagem ao descer da Duna Photo: Susy Wilkinson |
PRAIAS:
Praia de Jericoacoara:
A praia de Jericoacoara, quando a maré está baixa, tem uma imensa faixa de areia, porém uma areia "molhada", não é aquela areia que você estica sua canga e deita... não é uma praia limpa e é usada para a prática dos esportes kitesurf e windsurf.Os restaurantes à beira mar são caros, mas fornecem um pouco mais de conforto do que a "areia" e a vista da Duna do Pôr do Sol é o que salva a praia.
Praia Malhada:
A praia Malhada está no caminho entre a Praia de Jericoacoara e a Pedra Furada, é uma praia mais reservada, e usada para praticar surf.PASSEIOS:
Litoral Oeste:
Embora menos famoso, o passeio pelo litoral oeste é, na minha opinião, o melhor. Por R$175,00 (o casal), você compartilha um buggy com mais duas pessoas para fazer um passeio de mais ou menos um dia, passando por:Passeio Ecológico do Cavalo Marinho:
Por R$15,00 (por pessoa), você faz um passeio de canoa no manguezal do Rio Guriú, para observar cavalos-marinhos. O guia procura o cavalo marinho na água turva do manguezal e o captura em um recipiente de vidro transparente, e vai passando de mão em mão pelos turistas na canoa, depois o cavalo marinho é devolvido ao seu habitat.Mangue Seco:
A passagem pelo Mangue Seco não é muito longa, é um lugar que rende ótimas fotos e vale a pena comprar uma bebida geladinha e deitar em uma rede.O senário é natural, é algo bem peculiar, dependendo da região do Brasil que você vive, você não vai encontrar nada parecido.
Para chegar ao Mangue Seco, o buggy atravessa um rio em uma jangada, uma travessia bem rápida.
Área das Dunas:
Ao chegar na área das dunas você escolhe se quer "com ou sem emoção", confesso que descer aquelas dunas em um buggy é algo assustador... rsA região é muito bonita, e, mais uma vez, é uma paisagem peculiar, vale muito a pena visitar.
Lagoa da Tatajuba:
A lagoa tem água clara e calma, é cercada por dunas e restaurantes. As mesas e cadeiras dos restaurantes ficam na água e os turistas podem desfrutar das redes dentro d'água.A estadia na lagoa é mais longa, pois os guias levam os turistas para almoçar. O único problema é que, cada "guia/motorista" tem uma barraca de sua preferência, onde ele leva os turistas para consumir e ele ganha comissão, então, nem sempre você vai conseguir um bom atendimento e uma boa comida.
Lagoa da Tatajuba Photo: Susy Wilkinson |
Litoral Leste:
Já o passeio pelo litoral leste é o mais famoso, aquele que vemos nas fotos, o passeio pelas famosas lagoas, que pra minha surpresa, era mais barato, R$150,00 o casal.Árvore da Preguiça:
No caminho para as lagoas está a árvore da preguiça, é uma árvore praticamente deitada, por isso leva esse nome. Os ventos fortes a forçaram a chegar nessa posição, e por isso ela virou um ícone.A fila pra tirar foto é enorme, mas não é todo dia que a gente vê uma árvore com preguiça, então, às vezes vale a pena a espera.
Photo: Susy Wilkinson |
Lagoa Azul:
Achei que ela tivesse esse nome por ser realmente azul, mas ela estava verde, dizem que a cor varia de acordo com as condições climáticas... É parte da Lagoa de Jijoca, em Jijoca de Jericoacoara, cidade vizinha a Vila de Jeri.A lagoa é calma, água quente e bancos na água, boa para ir com crianças e menos movimentada que a sua "irmã", a Lagoa do Paraíso.
Lagoa Azul Photo: Susy Wilkinson |
Lagoa do Paraíso:
A Lagoa do Paraíso, a outra parte da Lagoa de Jijoca, localizada no também município de Jijoca, é aquela das fotos famosas, aonde os turistas se espreguiçam em redes dentro d'água e aonde tem aquele lindo caminho de coqueiros na areia.Sobre as redes, elas são super concorridas, o jeito é contar com a compreensão alheia para conseguir tirar uma foto.
Já as fotos mais bonitas ficam por conta de uma parte "particular", que pertence ao Alchymist Beach Club, onde você precisa pagar para entrar e usufruir da infraestrutura. Seu menu também não é um dos mais baratos, já entre sabendo que você vai pagar R$6,00 por uma água sem gás e R$13,00 pela long neck mais barata, mas, por outro lado, você vai desfrutar de todo o conforto e belas paisagens fornecidos pelo clube.
A maioria dos "guias/motoristas", levam os turistas para outras barracas, onde os ambulantes te consomem e a cerveja já chega quente, então, se você quer passar o dia na lagoa, feche um traslado a parte.
Jeri é um lugar peculiar, com belezas naturais necessitando de lapidação, porém entrega exatamente o que se propôs, um ambiente sem luxo, quase primitivo, mas com restaurantes e pousadas caros.
Tudo gira em torno do turismo, qualquer passeio que você fizer, vão te levar para uma barraca ou restaurante escolhida por eles, para que eles ganhem comissão. Até no caminho entre Fortaleza e Jeri as paradas são programadas para que os motoristas ganhem comissão.
É possível ir de carro próprio, mas é preciso ter muito cuidado, pois você pode ficar atolado na areia (acreditem, eu mesma vi) ou se perder, fora o valor do estacionamento.
Se o acesso fosse fácil, eu diria que vale muito a pena, mas não compensa todo o transtorno de uma viagem de 4 horas e valores exorbitantes. Porém, como já foi dito, o paraíso está nos olhos de quem o vê, vale a pena cada um ter sua própria experiência.
Depois dessas dicas, escolha a melhor localização e reserve seu hotel!